“Vestir a camisa da empresa” e “se sentir dono do negócio” são algumas frases muito usadas em dinâmicas de motivação de equipes no mercado de trabalho, mas que podem esconder armadilhas para os trabalhadores e as organizações.
Em alguns casos, o que era um contrato mútuo de colaboração profissional pode se tornar uma relação de dependência que impacta a vida pessoal dos trabalhadores e resulta em perdas de imagem positiva para a empresa, especialmente em momentos de crise, quando é necessário cortar pessoal e rever gastos na gestão de pessoas. E isso tem um nome: feitiço das organizações.
No post de hoje, você vai entender mais sobre esse conceito e como evitar que esse fenômeno aconteça na sua equipe, sem perder a motivação dos trabalhadores.
O que é o feitiço das organizações?
O feitiço das organizações é um livro e uma teoria desenvolvidos pela doutora em educação Maria Aparecida Rhein Schirato. A obra aborda os efeitos psicológicos nos trabalhadores que cultivam a ideia de uma empresa que é parte dele e de toda a sua vida, e como a ruptura dessa sensação em uma demissão ou programa de demissão voluntária pode causar um sentimento de traição e abandono.
A autora afirma que as empresas devem rever seus discursos cotidianos para evitar esse efeito, desmistificando a ideia de que os colaboradores são parte de uma família, quando na realidade a relação não é familiar, mas profissional.
Por que o feitiço das organizações é tão prejudicial?
A ideia do trabalho como a vida do colaborador não é saudável para ele, para o seu gestor, nem para a organização. Um trabalhador que vive para a empresa negligencia outras áreas de sua vida social e, mais cedo ou mais tarde, os problemas da vida pessoal vão se refletir em sua produtividade e capacidade de trabalho.
Um vínculo excessivamente afetivo com a empresa gera um desgaste ainda maior em momentos de redução de pessoal. Os profissionais demitidos se sentem verdadeiramente ofendidos e reverberam uma imagem muito negativa de “ingratidão” da empresa para com aqueles a quem chamava de membros da família.
Como evitar o feitiço das organizações sem perder a motivação dos colaboradores?
Ter claras as políticas de plano de carreira é a maneira mais transparente de equilibrar as expectativas de colaboradores e empresa. É um contrato honesto em que eles conhecem as regras de valorização profissional ofertadas pela organização e a natureza dessa relação.
Há muitas formas de manter a motivação dos trabalhadores sem distorcer o papel da carreira em suas vidas, como programas de bônus por produtividade, participação nos lucros, confraternização de alcance de metas e viagens de incentivo.
As viagens de incentivo têm 2 grandes vantagens: além de serem premiações motivacionais, podem funcionar ainda como ação de valorização, capacitação e treinamento, bastando incluir no roteiro do passeio participações em seminários e feiras do setor de atuação da empresa e de interesse para a área de trabalho do colaborador.
Agora que você já sabe o que é o feitiço das organizações e como evitar que sua equipe caia nessa armadilha, compartilhe com a gente suas experiências de motivação. Deixe seu comentário!